Na madrugada de quarta-feira (28), um confronto foi registrado entre indígenas e moradores no bairro Eletrosul, em Guaíra. A situação começou por volta da 00h05 e envolveu a mobilização de diversas forças policiais para conter o tumulto.
Em relatório divulgado pelo 19º BPM, a Polícia Militar (PM) informou que foi acionada pela Central de Operações e deslocou-se até a Viela Ita, uma área recentemente invadida por indígenas oriundos de uma área vizinha. Ao chegar, a equipe encontrou dois grupos de aproximadamente 40 pessoas cada, armados com pedaços de madeira, pedras e motosserras, preparando-se para repelir os indígenas.
Diante do cenário, a PM solicitou imediatamente apoio do Copom para a presença da Polícia Federal e da Funai. O pedido foi registrado à 00h20. Segundo relatos de moradores, a construção de barracas por parte dos residentes locais em terras anteriormente ocupadas pelos indígenas gerou o início do confronto.
Os reforços policiais, incluindo outras equipes da Polícia Militar, Guarda Municipal de Guaíra, BPFron, Força Nacional e Polícia Federal chegaram ao local pouco depois. A situação se intensificou rapidamente, com moradores avançando para áreas ocupadas pelos indígenas, resultando em barulhos como gritos, fogos de artifício, motosserras e até disparos de arma de fogo. Aproximadamente 20 tiros foram registrados durante o confronto, informou a PM.
No momento da chegada das equipes, a Força Nacional já estava posicionada na estrada Roland, uma área em um dos lados ao local do conflito, permanecendo durante toda situação. Ainda segundo a PM, durante a operação, a viatura da PM foi apedrejada, causando danos leves ao veículo.
Mesmo após situação se acalmar, a Polícia Militar manteve o patrulhamento na área para garantir a segurança.
A Polícia Militar informou ainda que, durante a ocorrência, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) acionou a Polícia para registro de entrada de sete vítimas de lesões relacionadas ao confronto. Entre os feridos, três não indígenas foram hospitalizados com ferimentos variados, incluindo golpes na cabeça e cortes na mão.
Quatro indígenas também foram atendidos com ferimentos causados por disparos de arma de pressão, sendo que uma mulher foi levada ao Hospital Universitário de Cascavel após ser atingida por disparo na região do olho direito.
A Polícia Federal informou que iniciou investigações para apurar a responsabilidade criminal dos envolvidos no conflito e, durante a manhã de quarta (28), Peritos Criminais Federais realizaram perícia no local do conflito.
